O capacete é de longe o mais evidente equipamento de segurança do motociclista e, no Brasil, seu uso é obrigatório. Porém, mais do que a lei, é o bom senso que deve fazer do uso de uma proteção para o crânio algo automático quando se monta em uma motocicleta, seja qual for seu tamanho, peso ou potência.
Porém, colocar um capacete na cabeça por si só não é
suficiente para garantir que, em caso de acidente, danos físicos na região
craniana sejam minimizados.
A primeira e mais importante regra diz respeito à fixação do
capacete à sua cabeça, por meio da chamada cinta jugular. Esta cinta jamais
pode estar frouxa, devendo permanecer 100% em contato com a parte inferior de
seu maxilar.
Incomoda? Pode ser, mas se a cinta jugular não estiver
ajustada assim, a chance do capacete sair da sua cabeça e rolar como uma bola
para longe de seu crânio em caso de impacto contra o solo ou outro obstáculo
qualquer – acarretando consequências bem ruins – é líquida e certa.
Infelizmente, a consciência deste tipo de mau uso é pequena.
Com um pouco de observação nota-se que uma expressiva parcela dos motociclistas
anda com a cinta jugular frouxa ou, pior ainda, sem estar afivelada, vestindo o
capacete como se fosse um boné. Isso por
um suposto conforto ou a facilidade de tirar e colocar o capacete com rapidez.
No passado, fechos de capacete até podiam ser considerados
chatinhos de operar, pois geralmente eram constituídos por duas argolas, onde a
cinta deveria ser passada de forma relativamente lenta. Esse tipo de fecho, de
argolas, é ainda considerado o mais seguro e por conta disso é usado em
capacetes mais sofisticados. Porém, modelos de fecho simplificado, de engate
rápido, estão cada vez mais populares e nem por isso são prejudiciais à
segurança.
Outro fator importante para que um capacete cumpra sua
função da melhor maneira possível é o ajuste à sua cabeça: capacete não pode
ser folgado. Na hora da compra, deve-se escolher um que pareça até menor do que
sua cabeça – sem exagero – considerando que, com pouco tempo de uso, a espuma
da forração cederá o tanto necessário para que ele fique justo, confortável,
mas jamais folgado.
Modelos de capacete fechados, também chamados de “integrais”
são, por evidentes razões, mais seguros do que os capacetes abertos, que não
têm proteção para o queixo. Todavia, em uma utilização urbana em baixas
velocidades, em localidades quentes e sem vias expressas de trânsito rápido, os
modelos abertos são plenamente adequados, cumprindo a função primordial de
proteger o crânio.
Capacetes tanto abertos como fechados devem, por lei, ser
equipados com viseira ou, na ausência dela, o motociclista precisa usar óculos
de proteção, como os dos pilotos em competições fora-de-estrada, como enduro ou
motocross.
Uma palavra final merece ser dita sobre a imensa variedade
de tipos e marcas de capacetes nas lojas. Há preços muito diferentes entre si,
o que pode causar certa confusão na mente de um motociclista iniciante. Será
mesmo que um capacete caríssimo, que custa dez vezes ou mais do que outro é
capaz de oferecer dez vezes mais proteção?
Como sempre, há de se usar o bom senso nesta hora: capacetes também têm grife, e as mais badaladas – geralmente marcas importadas, usadas pelos grandes campeões do motociclismo – são produtos caros por usarem alta tecnologia, matéria-prima sofisticadas e têm taxas de importação absurdamente altas.
Felizmente, optar por um produto nacional não implicará
abrir mão de segurança ou mesmo qualidade construtiva. Há uma rígida norma
aplicada à fabricação e comercialização dos capacetes no Brasil, assim como há
boas marcas de capacetes nacionais. Marcas internacionais famosas, de olho em
nosso grande mercado, também se estabeleceram no país com linhas de montagem,
visando maior competitividade e barateamento de custos, e seguindo o mesmo
padrão estabelecido em seus países de origem.
Assim, a orientação mais adequada é optar pelo equilíbrio,
valorizando a relação custo-benefício que combine com seu bolso, gosto, e
necessidade prática. Mas o principal você já sabe: usar sempre, e bem
afivelado.
Fonte e imagens: Auto Esporte
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