Gosto é como nariz, certo? Cada um tem o seu. Esperta, a
indústria da motocicleta procura atender a cada um de nós de maneira quase que
individual, criando motos de todo tipo e para todos os gostos. Mesmo com essa
grande variedade, há quem queira algo mais – ou algo menos – e assim surgem as
motos modificadas “ao gosto do freguês”, cada vez mais frequentes na paisagem
nacional.
“Customização” é a palavra aplicada para definir o que os
donos de motos do estilo custom fazem com suas máquinas. A regra é: quanto
menos original, melhor. E assim, dá-lhe detalhes: um cromado ali, um farolzinho
acolá, e enquanto a coisa fica no nível do detalhe, tudo bem. Porém, quando as
modificações atingem algo mais que delicado posicionamento de pilotagem, a
coisa pode complicar.
A regra é usar o bom senso: um guidão altíssimo, no mais
puro estilo “seca-sovaco”, pode comprometer a manobrabilidade da moto de uma
maneira prejudicial à segurança. Do mesmo modo um guidão estreito, curto e
baixo, totalmente oposto, também. Assim, fique esperto: motos são veículos que
exigem domínio pleno e perfeito. Mesmo que você a utilize apenas para passear
tranquilamente e não pilote esportivamente, a moto customizada deve continuar
sendo 100% domável. Freios, embreagem e câmbio precisam ser acessíveis e
funcionais tal qual no modelo saído de fábrica.
Mas você não faz parte da tribo custom e sua realidade não é
desfilar de motocicleta. Na verdade, a moto para você é uma ferramenta de
transporte ou até mesmo de trabalho, e modificações mais do que atender
aspectos estéticos visam fins práticos. Neste caso, sua vida ao guidão se passa
boa parte do tempo rodando pelo corredor entre os carros parados, um ambiente
onde se sua moto fosse fina como um pente ela seria mais do que perfeita: nada
de esbarrões nos espelhos retrovisores alheios, zero confusão com os
enclausurados dos carros.
Para tornar isso algo próximo da realidade, a tentação de
entortar o guidão ou mudar o original por um mais estreito é grande, e o mesmo
ocorre com o posicionamento dos espelhos retrovisores e das manetes de
embreagem e freio dianteiro. Inverter o lado dos espelhos é algo bem comum,
assim como reposicionara as manetes, inclinando-as para cima, porém, use seu
bom senso!
Um guidão estreito demais certamente facilita passar em
frestas, mas oferece uma alavanca menor, alterando a dirigibilidade da moto de
modo importante. Ou seja, não exagere. Com relação aos espelhos retrovisores,
trocá-los de lado pode facilitar a vida entre os muros de carros, mas e quanto
à visibilidade, função primordial e importante desse acessório?
Equilibrar a necessidade prática à exigências de segurança é
básico. Já quanto a alterar o ângulo das manetes de freio dianteiro e
embreagem, virando-as para cima de forma exagerada, esta é realmente uma
péssima iniciativa: o que se ganha na “navegação“ entre o mar de espelhos
retrovisores dos carros se perde em segurança.
Alterar o posicionamento destes comandos não é proibido, mas
jamais de modo a ultrapassar o ângulo que as deixa paralelas ao chão. Passar
deste limite exigirá das mãos um movimento antinatural, que prejudica não só o
acionamento da alavanca (algo grave no caso do freio dianteiro, especialmente)
como também poderá, a longo prazo, causar um problema físico em suas
articulações e/ou tendões.
Enfim, o que vale
sempre é o bom senso: não é pecado você deixar sua moto com a “sua cara” e
tampouco adequar os comandos à suas preferências e gostos, variando quando
possível o posicionamento e conformação originais de guidão, manetes,
pedaleiras e pedais. Mas não esqueça
que, antes de mais nada, vem a funcionalidade, que está diretamente associada
ao fundamental domínio pleno dos comandos e, consequentemente, com a sua
segurança.
Fonte: Auto Esporte
Imagem: Divulgação/Yamaha
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