A primeira monocilíndrica de quatro tempos da Yamaha foi apresentada em 1975 como TT 500, para uso off-road e ainda sem sistema de iluminação, seguida da versão de rua XT 500 em 1976. É considerada por muitos a pioneira das big trail e consagrou a marca ao conquistar os dois primeiros lugares no rali Dakar inaugural, de 1979, e as quatro primeiras posições em 1980. A virada da década começava com uma nova fase para a Yamaha ao incluir a legião de fãs que não só praticava esportes off-road, mas se identificava com o estilo aventureiro e admirava os corajosos pilotos que enfrentavam o grandioso deserto africano.
Em 1982 a família XT passou a usar motores de 4 válvulas, sistema elétrico de 12 volts e suspensão traseira monoamortecida. Era o embrião das XT 600 que viriam em seguida e seriam produzidas também no Brasil. Quando lançou a 600 com um novo pacote de evoluções técnicas, incluindo freio a disco e o motor que atingia 42 cv e passava dos 5 kgf.m de torque, a marca decidiu que era o momento de criar uma segunda versão. A estética remetendo às motos do Dakar e o tanque para impressionantes 30 litros caracterizavam a primeira geração da XT 600Z Ténéré (nome da região Sul do deserto do Sahara).
A Ténéré foi lançada no Brasil em 1988 seguindo as modificações da segunda geração apresentada na Europa dois anos antes, já com tanque reduzido a 23 litros por causa da instalação do filtro de ar sob o reservatório – a medida foi adotada para evitar a entrada de água na travessia de áreas alagadas. A perda de capacidade na parte central, por causa do filtro, era parcialmente compensada por laterais que desciam abraçando o motor, o que exigiu torneiras em cada extremidade para que todo o volume fosse utilizado.  
A moto de uso misto nacional de maior cilindrada e desempenho, primeira produzida pela Yamaha com motor de 4 tempos, era destacada na capa da edição de março: “Bonita, rápida, forte”, elogiava o texto. “Mas não é para qualquer um. Seu banco a 890 mm do piso causa certa dificuldade para os baixinhos”.
A substituição da linha Ténéré ocorreu em 1993 com o lançamento da XT 600E, que resgatava a fórmula de para-lama alto, tanque esguio (14 litros) e farol que se move com o guidão, sem carenagem. Uma versão Ténéré só voltaria a existir quase duas décadas depois, a partir da base da sucessora XT 660R.

Fonte: Duas Rodas

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